segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Rum(o) à inovação

Está no Twitter, tem canal no Youtube, perfil no Facebook e um site bastante completo. Reflexo e consequência dos tempos. Seria igual às outras rádios, não fosse uma estação generalista privada com ambições de serviço público. Liberdade, pluralismo, irreverência e inovação são características que facilmente se associam à Rádio Universitária do Minho (RUM).


Pouco antes das sete, Cátia Castro abre a porta da RUM. Tem que preparar o primeiro noticiário. Pouco depois, chega Elisabete Apresentação. É cedo e a rádio parece ainda adormecida. De segunda a sexta, Elisabete Apresentação costuma ter as honras de ser a primeira a dirigir a palavra aos ouvintes no “RUM Service”.


A meio da manhã, já está a Rádio mais composta: três jornalistas na redacção, três animadores e o director técnico. Colocar os colaboradores da RUM segundo estas classificações pode servir de orientação, mas é demasiado simplista. Todos acabam por fazer um pouco de jornalistas, de animadores e de técnicos de som: todos acabam por entrevistar alguém, por fazer programas, por fazer montagens de áudio, entre tantas outras coisas. “Se vir uma flor a morrer, também a rego”, diz Paulo Sousa, colaborador, entre risos. E como esclarece uma folha de papel que alguém afixou na cortiça do estúdio de produção: “Quem não tem humor, não é sério”. Aliás, mensagens curiosas e postais é o que não falta onde quer que haja cortiça para os colocar, seja ela parte de um placard ou material de isolamento.









Muitos projectos, poucos colaboradores


Na sala da redacção, a televisão que, desde que perdeu o botão, só liga e desliga com a ajuda de uma caneta, está sintonizada num canal noticioso, e o rádio ora transmite a emissão da RUM, ora a de qualquer outra estação. Há que estar sempre “em cima do acontecimento”. Ao mesmo tempo, os jornalistas vão actualizando as notícias do site, mas às vezes é difícil dar conta do recado com a imediaticidade que o online exige: há dias em que a redacção é pequena para tanto trabalho. O Twitter, o Facebook e o Youtube também não estão muito activos, embora haja esforços nesse sentido. À RUM faltam colaboradores. Há ideias quanto baste, no entanto, são precisas mais mãos para as materializar. Paulo Sousa considera que mesmo a relação entre a rádio e o curso de Comunicação da Universidade do Minho é “sub-aproveitada”.


Novos públicos


Contudo, a transmissão online da emissão da Universitária é, como afirma Daniel Silva, colaborador, uma das melhores a nível nacional. E há outros sinais de que a RUM tem sabido enfrentar as mudanças. A Internet tem fragmentado os públicos, oferecendo um leque cada vez mais alargado e direccionado de conteúdos. A este fenómeno, a Universitária responde com a sua bandeira de sempre: diversificação de programas, de informação e de serviços. “Fazemos aquilo a que se costuma chamar 'serviço público'“, diz Sergio Xavier. 


Está rotulada como uma rádio de música alternativa, mas contempla vários géneros musicais, como o jazz, , world music, reggae ou o heavy metal. É umas das estações radiofónicas portuguesas com mais programas de autor, o que também dá um importante apoio à diversificação da programação. Depois deste trabalho e porque não há rádio sem ouvintes, “o importante é divulgar, e as ferramentas como o Facebook e o site permitem manter o contacto com os ouvintes", esclarece Sérgio Xavier.


Com a Internet, considerá-la uma rádio local tornou-se irreal . Conquistou novos territórios e tem agora ouvintes fiéis em várias partes do mundo. “Chegamos a novos públicos graças às ferramentas da Internet", afirma Elisabete Apresentação. Segundo os últimos dados, as suas audiências têm vindo a aumentar no continente americano. O jornal brasileiro “Folha de São Paulo” até já se reportou a ela como uma rádio de referência no panorama musical. Um email de um ouvinte peruano permanece afixado com todo o orgulho pela equipa da RUM. Diz o ouvinte que a Universitária o acompanha no seu dia-a-dia pela internet e que a grande vantagem é a qualidade e a diversidade musical. É dessa mesma qualidade e diversidade musical que a RUM se orgulha e quer continuar a apostar como sua imagem de marca.












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